O ex-presidente da República, Michel Temer, foi preso em uma ação da Operação Lava Jato, em São Paulo. Os agentes também prenderam Moreira Franco (PMDB), ex-ministro de Minas e Energia e um dos amigos do presidente, o coronel João Baptista Lima Filho.
A nova fase foi chamada de “Descontaminação”. A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro acusa o ex-presidente Michel Temer de chefiar uma “organização criminosa”. A quadrilha estaria atuando há, pelo menos, 40 anos no estado.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. De acordo com a PF, as ações de hoje são desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade.
Conforme a Polícia Federal, são mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão. As determinações judiciais estão sendo cumpridas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e no DF.
De acordo com o despacho, Temer teve o mandado de prisão temporária expedido no dia 19 de março. O ex-presidente está sendo transferido de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde corre a investigação.
A prisão preventiva do emedebista se baseia na delação premiada do dono da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho. Ele diz ter pagado R$ 1 milhão em propinas com o conhecimento de Temer.
O caso diz respeito a um inquérito de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro nas obras da usina Angra 3. A ampliação estava sob responsabilidade da estatal Eletronuclear.
Preso três meses após fim de mandato
Michel Temer (PMDB) foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff. O ex-presidente ficou até o final do mandato, em 31 de dezembro.
Michel Temer já havia sido denunciado em dezembro na Lava Jato, em um processo que corria no STF (Supremo Tribunal Federal). As acusações eram de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva em um caso envolvendo o setor portuário de Santos.
Temer perdeu o direito ao foro privilegiado após deixar a Presidência. Seus processos foram remetidos para a primeira instância. O ex-presidente tem ao menos outras cinco investigações abertas.
Moreira Franco foi governador do Rio de Janeiro, deputado e ministro em vários governos. O último foi, justamente, o governo Temer.
