MP irá recorrer de soltura de médico denunciado por estuprar adolescente

um médico de 69 anos denunciado pelo Ministério Público gaúcho por tentativa de estupro de um adolescente de 14 anos em Porto Alegre

A Promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre vai apresentar recurso em sentido estrito para reverter a decisão do magistrado substituto da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre, publicada na última quinta-feira, 10, que soltou um médico de 69 anos denunciado pelo Ministério Público gaúcho por tentativa de estupro de um adolescente de 14 anos.

O crime ocorreu em julho do ano passado, em um condomínio no bairro Menino Deus, na Capital. A argumentação da promotora de Justiça Cláudia Lenz para a manutenção do médico no sistema prisional é de que “o crime é gravíssimo e justifica a segregação do acusado”.

O cirurgião plástico foi preso em flagrante após vizinhos dele chamarem a polícia porque ouviram gritos vindos do apartamento do médico e constatarem que um adolescente ameaçava se jogar da janela.

Depois que os policiais chegaram ao local, o médico abriu a porta e a vítima saiu correndo, seminua.

O garoto relatou que estava em uma parada de ônibus próximo à Avenida Osvaldo Aranha, na região central de Porto Alegre, quando foi abordado pelo idoso, que ofereceu comida e dinheiro para entrar no carro.

Ao chegar ao apartamento, o homem teria investido contra a vítima e conseguido tirar suas calças. Depois disso, passou a tentar estuprar o jovem, que conseguiu se desvencilhar e gritar que se atiraria pela janela.

De acordo com o Ministério Público, a denúncia, apresentada ainda em julho, defende, a partir do depoimento do jovem dado à Brigada Militar e do exame de corpo de delito, que o idoso cometeu o crime de tentativa de estupro.

Soltura

O magistrado substituto da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre alegou que, apesar de gravíssimo o crime, “o idoso deveria ser solto em virtude de seus problemas de saúde”.

A decisão, no entanto, o proíbe de se afastar de Porto Alegre e o obriga a entregar o passaporte em 24h. Também o proíbe de se aproximar da vítima e de acessar o prédio onde ocorreu o crime.

Por fim, o médico deve ficar em casa entre 20h e 8h, além de comparecer mensalmente em juízo, para informar suas atividades e se está cumprindo com as orientações do tratamento médico ao qual está submetido