Eleições: PF já abriu mais de dois mil inquéritos e deteve 435 pessoas

Desde o início dessas eleições, a Polícia Federal já abri mais de dois mil inquéritos e deteve 435 pessoas. A informação foi dada hoje (26) pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele se reuniu com integrantes da missão da Organização dos ...

Desde o início dessas eleições, a Polícia Federal já abri mais de dois mil inquéritos e deteve 435 pessoas. A informação foi dada hoje (26) pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele se reuniu com integrantes da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vieram ao Brasil para acompanhar as eleições deste ano.

Apesar das ocorrências, o ministro classificou a votação do 1o turno como tranquila, já que, entre 147 milhões de eleitores foram registradas 2,5 mil ocorrências. Jungmann manifestou preocupação com a disseminação de notícias falsas. Segundo ele, o foco da atuação da PF tem sido no que chamou de “fraudes que buscam iludir e passar imagem que o sistema eletrônico de votação não é seguro” e já foi aberta uma centena de inquéritos em relação a esse tipo de desinformação.

Quanto às notícias falsas sobre candidatos, Jungmann comentou que a ação da Polícia Federal ocorre a partir da demanda da Justiça Eleitoral, provocada por pessoas e candidaturas. Perguntando sobre a investigação solicitada pela Procuradoria-Geral da República para apurar a atuação estruturada de empresas no disparo em massa de mensagens de WhatsApp, o titular da pasta respondeu que não poderia dar mais informações pelo caso correr em sigilo de Justiça.

Ontem, a presidente da missão da OEA afirmou que a influência das notícias falsas nestas eleições no Brasil, especialmente no caso do Whatsapp, tem sido sem precedentes. Os integrantes da missão já haviam manifestado preocupação com o fenômeno no relatório parcial divulgado logo após o primeiro turno.

Rio de Janeiro

Jungmann relatou entre as preocupações manifestadas pelos integrantes da missão da OEA a situação do Rio de Janeiro, mais especificamente dos eleitores que vão às urnas em áreas controladas pelo tráfico e por milícias. O ministro reconheceu o problema, mas pontuou que esta é uma condição histórica do país.

“A preocupação deles é a nossa. Os direitos e garantias constitucionais são vulneráveis nessas comunidades. Sim, tem problemas. Se o crime controla o território a tendência é tentar controlar o voto. E isso é inaceitável. É problema de segurança que já tem mais de década”, disse. No caso de candidatos com dificuldade de entrar em áreas por conta do crime organizado, o ministro informou que a polícia pode ser acionada para dar suporte.

Avaliação parcial

No relatório sobre o primeiro turno divulgado no dia seguinte à votação do dia 7 de outubro, a missão, apesar dos alertas sobre a difusão de desinformação, avaliou que o pleito transcorreu sem grandes problemas. Os enviados da OEA conversaram com autoridades, representantes das candidaturas e visitaram centenas de seções eleitorais no dia da votação para verificar a regularidade do pleito.

No documento, o grupo se disse preocupado com as acusações contra as urnas eletrônicas e o sistema de votação, e relatou que acompanhou o processo de preparação da tecnologia, bem como o próprio dia de votação, e não encontrou evidências de fraudes nem que os problemas registrados possam ter tido qualquer influência no resultado da votação.