Sobe a 43 número de mortos em queda de ponte em Gênova, Itália

Por conta do acidente, o governo da Itália anunciou neste domingo (19) que pelo menos 11 famílias das mais de 600 pessoas desabrigadas após o colapso da ponte Morandi

ANSA BRASIL – Roma, Itália – Subiu para 43 o número de mortos no desabamento da Ponte Morandi, em Gênova, após um dos feridos internados no hospital San Martino falecer, informaram as autoridades italianas no sábado (18). De acordo com as informações, a vítima é Marian Rosca, um romeno de 36 anos de idade.

Por conta do acidente, o governo da Itália anunciou neste domingo (19) que pelo menos 11 famílias das mais de 600 pessoas desabrigadas após o colapso da ponte Morandi, em Gênova, receberão apartamentos nesta segunda-feira (20).

De acordo com as autoridades, a ideia é abrigar nas próximas semanas outras 40 famílias. A prioridade é dada a famílias com crianças, idosos ou deficientes.

A primeira habitação será entregue às 16h (horário local) pelo presidente da região da Ligúria, Giovanni Toti, juntamente com o prefeito de Gênova, Marco Bucci. Os conselheiros da Ligúria, Marco Scajola e Ilaria Cavo, e o do município de Gênova, Francesca Fassio, também participarão da cerimônia.

Em uma publicação no Facebook, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, reiterou que “o governo está com Gênova e os genoveses e não apenas em palavras, mas com ações concretas”.

Engenheiro alertou para reestruturação em 1979

O engenheiro italiano Riccardo Morandi, responsável por projetar a ponte desabada em Gênova na última terça-feira (14), teria alertado a Itália em 1979 que o viaduto Polcevera deveria passar por uma reestruturação.

De acordo com um relatório divulgado pela imprensa italiana neste domingo (19), a recomendação foi publicada em um estudo intitulado: “O comportamento de longo prazo dos viadutos submetidos a tráfego pesado localizado em um ambiente hostil: o viaduto sobre a Polcevera, em Gênova”.

“Penso que, mais cedo ou mais tarde, e talvez já em poucos anos, será necessário recorrer a um tratamento para a remoção de todos os vestígios de ferrugem sobre os reforços expostos, com injeções de resinas, onde necessário, para, em seguida, cobrir todos com elastómeros de resistência”, diz o texto produzido pelo engenheiro.

Segundo Morandi, “a estrutura é atacada pelos ventos do mar (o mar fica apenas a 1km), que são canalizados para o vale do viaduto. Isso cria uma atmosfera, alta salinidade, além disso, em seu caminho antes de chegar a estrutura, mistura-se com a fumaça das chaminés das siderúrgicas e está saturada de vapores altamente nocivos”.

O estudo ainda alerta que as superfícies externas das estruturas, especialmente as expostas ao mar são afetadas mais diretamente pelos vapores ácidos das chaminés e por isso passam a mostrar fenômenos de agressão de origem química. Em resumo, Morandi ressalta que uma “perda de resistência superficial do concreto” já está em andamento. Na última semana, parte do viaduto desabou deixando 43 mortos e 14 feridos.

Com base em informações preliminares, as autoridades italianas suspeitam que o acidente tenha sido provocado pela ruptura de um dos cabos de aço da ponte. A Ponte Morandi foi projetada e construída entre 1963 e 1967 e chegou a ser batizada de “Ponte do Brooklyn” pelas semelhanças com o famoso local em Nova York. O viaduto mede 1.182 metros e tem 90 metros de altura – mais alto que a Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro.