Apenados do regime semiaberto da CPA (Colônia Penal Agrícola Daltro Filho) plantaram na semana passada mais de 300 quilos de morangos para comercialização no município de Charqueadas. A ação da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), em parceria com a Emater/RS-Ascar e a Ouvidoria-Geral do Estado, tem o objetivo de recolocação no mercado de trabalho. No total, 40 presos participam do plantio, com previsão de colheita em 40 dias.
Os apenados receberam assessoramento técnico da Emater para estruturar o sistema de plantio semi-hidropônico do morango, instalação das estufas, montagem do sistema de irrigação, entre outras informações de monitoramento e limpeza da plantação. A Ouvidoria-Geral é responsável pelo fornecimento das sementes, doadas por parceiros.
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“O plano é ampliar a produção para que tenhamos mais apenados trabalhando no ambiente prisional. Assim, quando entrarem em liberdade, terão a possibilidade de inclusão social”, afirmou o diretor da CPA, Gustavo Schwarz. Segundo ele, comerciantes da região manifestaram interesse na compra do produto.
Para a ouvidora Silvana Oliveira, idealizadora do projeto, a iniciativa oferece a possibilidade de uma nova profissão e rentabilidade futura. Além disso, eles têm direito à remição de pena – cada dia trabalhado, diminui um. Na avaliação de Luis Sandro Ales, da Ouvidoria Penitenciária, a ação viabiliza a oportunidade de qualificação. “A ideia é ampliar a produção e reverter em renda para empregarmos em projetos no ambiente prisional”, destacou.
Morangueira
O morango é uma cultura com bom desenvolvimento em locais de clima subtropical e temperado. Por conta da rentabilidade, a morangueira é plantada especialmente por pequenos agricultores. A produção é grande no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, mas também se desenvolve em solos e climas diferentes como Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal e Paraná. Bastante utilizado na Europa, o sistema semi-hidropônico (plantio em substrato) facilita a utilização do espaço em pequenas propriedades.
Outras colheitas
Paralelo à cultura do morango, os apenados do CPA mantêm o cultivo de legumes e verduras (alface, repolho e cenoura), além de plantação de aipim e milho para consumo geral no presídio. “Trabalhar com verduras e legumes nos mantêm ativos na prisão e nos dá esperança de uma nova vida”, afirmou o interno Everton, 22 anos.
Morangos produzidos na Colônia Penal de Charqueadas. Foto: Reprodução / TV Piratini