Pesquisa CNT aponta que apenas 26% das rodovias gaúchas são ótimas ou boas

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (4) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que 73,6% dos cerca de 8,9 mil quilômetros de rodovias gaúchas avaliadas apresentam algum tipo de deficiência em relação à pavimentação, sinalização ou geometria da via. A pesquisa foi feita entre junho e julho de 2015 por 20 equipes da CNT.
De toda a malha visitada pela CNT, 6,1% estavam em péssimo estado, 18,3% foram considerados ruins e quase 50% delas (49,2) consideradas regulares. Segundo o levantamento, apenas 26,4% da extensão rodoviária foram classificados como bom ou ótimo, tendo assim “condições adequadas de segurança e desempenho”.
Em todo o país, no entanto, a situação não é diferente. De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2015, 48,6% da extensão rodoviária analisada apresentam “algum tipo de deficiência” em relação à pavimentação.

Rodovias simples

“Um dos fatores que mais contribuem para as más condições das rodovias é a grande quantidade de rodovias simples de mão dupla. A falta de segunda via aumenta a ocorrência de acidentes”, disse o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, ao informar que 86,5% dos trechos avaliados têm esse perfil.
A deficiência das rodovias resulta em prejuízo tanto para os usuários quanto para as três esferas de governo. “R$46,8 bilhões foram perdidos em 2014 devido às deficiências do pavimento. Só com acidentes rodoviários foram gastos R$12,3 bilhões. Se todas as rodovias fossem boas ou ótimas em 2015, teríamos também uma economia de 749 milhões de litros de óleo diesel, o que corresponde a R$ 2,1 bilhões. Isso fora os benefícios para o meio ambiente”, acrescentou Batista.

Prejuízo

Para o diretor da CNT, no final, é a sociedade que acaba pagando pelo prejuízo. “A concessão talvez seja a saída mais viável”, completa. Segundo ele, são necessários investimentos de R$ 300 bilhões padronizar toda a malha rodoviária brasileira. “Há ainda [gastos com] as pensões por morte, invalides ou Sistema Único de Saúde. Tudo isso nos faz concluir que investir em rodovias vai trazer economia para os cofres da União”, disse o diretor Vander Costa.
Segundo Costa, há, por parte da iniciativa privada nacional e estrangeira, interesse em investir no modal rodoviário. “O que falta é dar segurança ao capital que vem ao Brasil, com contratos de longo prazo”.