Aeroviários e aeronautas fazem protesto e atrasam voos no Salgado Filho

Aeronautas e aeroviários paralisaram as suas atividades das 6h às 7h desta quinta-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. A interrupção dos serviços ocasionou atrasos em, pelo menos, 12 voos – já que nenhuma aeronave decolou nesse horário e os passageiros enfrentam longas filas nos balcões de check in.
De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), a paralisação também atingiu aeroportos de DF, GO, MG, RJ, SC e SP.
Mobilização
O ato foi organizado pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (trabalhadores de companhias aéreas não incluindo os aeronautas), que anunciou ter entrado em greve nesta quinta-feira, às 6h, e pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (pilotos e comissários), que marcou a suspensão de todas as decolagens entre as 6h e 7h. Ambos pedem reajustes salariais além de benefícios.
Entre as reivindicações dos aeroviários estão a criação de piso para agente de check-in, vale-refeição de 16,65 reais para jornada de trabalho de até seis horas, de 22,71 reais para os demais, seguro de vida no valor de 20 mil reais, cesta básica de 326,67 reais e jornada de 36 horas semanais.
Os aeronautas pedem a definição de valores para as diárias internacionais, o fim do teto para o vale-alimentação, o pagamento para jornadas semanais acima de 44 horas, aumento de folgas mensais, a limitação de trabalho em madrugadas consecutivas, remuneração das horas de solo e o plano de previdência privada.
Revés
Segundo decisão do ministro Barros Levenhagen, do Tribunal Superior do Trabalho, os grevistas devem manter, no mínimo, 80% do serviço durante a paralisação, inclusive no horário das 6 às 7h. A multa diária em caso de descumprimento é 100 mil reais.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) argumenta que a paralisação, durante a alta temporada de viagens, pode trazer prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação para os usuários do transporte aéreo. O Snea sustenta que a paralisação é ilegal por ter sido deflagrada sem o esgotamento das tentativas de negociação.